Wednesday, April 2, 2014

[há dias assim] step into my shoes - parte ii

Ontem, quando pedi para pararem de me perguntar como estou não quis de maneira nenhuma parecer mal agradecida. Eu agradeço o facto de se preocuparem comigo. Mas eu não sou uma coitadinha, nem quero ser. Não quero que as pessoas olhem para mim com pena. Eu sou o que sou. Aceitei a doença e tornei-a pública porque senti necessidade de explicar o porquê de estar tanto tempo sem trabalhar. Não que as pessoas tenham alguma coisa a ver com isso. Só quem partilha comigo a vida é que tem que estar informado. Mas ele está. É o único que sabe das minhas dores. Não sabe de todas, nem de metade. Não quero que viva as minhas dores. Não quero que ninguém as viva. Por isso quando me perguntarem como estou levam com um "Estou bem, vou andando, uns dias melhores que outros", independentemente daquilo que sinto.

Ontem, quando disse que não iam entender, tinha razão. Como se entende algo que não aparece em qualquer exame médico, algo que não nos faz parecer doentes? É que não é nada fácil explicar. No meu caso, nem sequer sei quando comecei a ter fibromialgia. Como ou porquê apareceu. Tenho umas ideias, depois das pesquisas que fui fazendo. Pesquisei muito e nem eu própria entendo bem. Contínuo sempre a pesquisar, e talvez comece a partilhar aquilo que vou aprendendo aqui. Pode ser que torne mais fácil perceber porque não quero tanta pergunta. 


É mais ou menos isto!
Se me vires na rua, não saberás nunca que tenho uma doença crónica. Se souberes da minha vida, nunca acreditarás que tenho dores. Se trabalhares comigo, não ouvirás as minhas queixas. As aparências iludem, já dizia o velho ditado. 

Ontem, talvez tenha soado mal, mas espero que me entendam. Obrigada <3

Aquele beijo,
*muah*
Ana

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